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5 DISCOS #5

 

A série 5 DISCOS é uma forma de apresentar ao público alguns álbuns e compactos que foram considerados dignos de nota pela edição do Road To Cydonia.

Misturando estilos e sonoridades, a lista tem como intuito a difusão de tais trabalhos de forma econômica e direta, assim como incentivar a troca de informações sobre lançamentos que têm dado as caras no nos últimos tempos. Retomando a série em 2019, vamos à quinta edição:

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THIS IS A ROBBERY EP (Cheddars, 2015)

Imagine uma mistura entre Muse, toques de Cake e uma boa dose de cinefilia para nortear o barco: pode soar altamente estranho, mas essa é uma das descrições mais propícias para caracterizar This Is A Robbery, o ótimo EP de estreia do Cheddars. Trazendo seis faixas que formam “cenas sonoras” inspiradas por obras cinematográficas tão díspares quanto Django Livre e Gran Torino, esse registro surpreende pela versatilidade e pela concisão com que mescla passagens mais enérgicas (Hit Me (As Hard As You Can), Honey Bunny e Black Jack) com instantes mais introspectivos (7 (Gran Torino) e a marcante Tangerine (by Joel)) a partir dum conceito inusitado.

Impressionante pela intensidade que permeia suas faixas e pelo alto valor de revisitação, This Is a Robbery é um trabalho inesperadamente charmoso que serve como uma prova retumbante de que às vezes não é necessário recorrer à grandiloquência ou ao excesso para transmitir uma ideia surpreendente com clareza e eloquência.



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SOBRE OS PRÉDIOS QUE DERRUBEI TENTANDO SALVAR O DIA (PARTE I) EP (Def, 2016)

Compacto de estreia do quarteto carioca Def, este Sobre os Prédios Que Derrubei Tentando Salvar o Dia (Parte 1) pode ser facilmente considerado um dos melhores cartões de visitas que já cruzaram o caminho da nossa editoria. Contando com quatro tracks que totalizam pouco mais de 10 minutos de duração, este registro se revela extremamente eficiente e bem-sucedido em sua proposta de apresentação pela forma vigorosa e direta com que mostra o talento e as diferentes facetas de seus autores, transitando entre solenidade (Sobremesa), fúria (Bad Trip) e catarse (a ótima Dissolvendo) com agilidade e segurança invejáveis.


Servindo simultaneamente como uma demonstração de versatilidade e força poética, SPDTSD é uma recomendação obrigatória para fãs de sonoridades Post-Rock com fortes toques noventistas e que vão direto ao ponto com honestidade e sem sombra de hesitação.


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RANDOM ALARMS EP (Cellardoor, 2013)

Sucessor dos eficazes All That Is e ástarsaga, o compacto Random Alarms representa um ótimo ponto de virada na já interessante trajetória de seu autor, André Graciotti. Mais que isso: mantendo o caráter soturno e melancólico que define o som do Cellardoor, esse novo trabalho adicionou um novo grau de tensão à equação através de bem-vindas experimentações eletrônicas.

Criando uma paisagem sonora dissonante e magnética em iguais medidas (o exemplo mais próximo em termos de impressão seria a trilha do Daft Punk para Tron Legacy), o EP de cinco faixas representa uma experiência dinâmica e instigante que merece ser abraçada por completa (ainda que valha a pena evidenciar a quase dançante Dystopia e a etérea Uneven) e guardada na memória como símbolo de que é possível inovar no plano experimental e permanecer coeso.



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AN EARLY WINTER EP (Young Lights, 2013)

Compacto de estreia do Young Lights, o fascinante An Early Winter é um daqueles trabalhos sucintos e discretamente impactantes que ficam com você mesmo um bom tempo após a audição e se revelam consideravelmente mais potentes do que imaginado a priori. Lançado no final de 2013, esse registro representa uma pequena pérola folk a surgir na cena nacional por conta do misto de simplicidade, elegância e emotividade que permeia suas seis faixas.

Da abertura (a ótima Control Yourself Before You Cave In) até a conclusão, o EP é marcado tanto por um espírito profundamente confessional (devidamente expressado pelas letras e pelo ótimo vocal de Jairo Horsth) quanto por uma bem-vinda precisão (refletida em seus curtos 20 minutos de duração). Contando com uma boa parcela de momentos tocantes (como a belíssima You Drowned, I Swam), AEW não é apenas um excelente movimento de abertura na carreira de seu autor, mas um lembrete contumaz do porquê o Young Lights merece sempre ser acompanhdo com atenção. Vale a pena conferir.



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WORKER EP (Cambriana, 2013)

Possivelmente o melhor compacto já analisado por nossa editoria desde o início do RTC, essa pérola do Cambriana representa tanto um sucessor mais que digno para seu ótimo álbum de estreia (House of Tolerance) assim como um dos exemplos mais nítidos de crescimento musical num grupo. Com seis faixas que abrangem 21 minutos de duração, o EP do sexteto goianiense apresenta uma combinação fascinante de grandiosidade e intimismo, apresentando uma sonoridade extremamente rico em dinâmicas e texturas desde sua abertura (a groovesca What Light?), passando pela excelente dobradinha que segue (a densa 47 Daughters e a excepcional It Never Works) até culminar num final apoteoticamente viajante (Choose You, que traz uma das passagens instrumentais mais contagiantes que já tive o prazer de ouvir).

Conseguindo a proeza de se mostrar sonoramente intrincado sem jamais soar enfadonho ou perder o gás, Worker é o tipo de trabalho sólido que, econômico e muito bem-realizado, se revela um EP que causa uma impressão mais forte que muitos discos vistos por aí (nacionais e internacionais). Obrigatório para todos aqueles que desejam uma obra para ouvir à exaustão em qualquer momento do dia.



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Guilherme Guio
Guilherme Guio
Publicitário por formação, especialista em Comunicação Corporativa e Inteligência de Mercado, é o editor e redator principal do RTC. Atuando como consultor de Marketing Cultural, resolveu dar vazão aos seus arroubos verborrágicos através deste projeto. Também é tabagista compulsivo, cinéfilo inveterado, adepto de audiófilo e dançarino amador vergonhoso nas horas vagas.

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