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5 BANDAS / ARTISTAS #10

 

A série 5 Bandas/Artistas é uma forma de apresentar ao público alguns grupos nacionais que foram considerados dignos de nota pela edição do Road To Cydonia.

Misturando estilos e sonoridades, a lista tem como intuito a difusão de tais grupos de forma econômica e direta, assim como incentivar a troca de informações sobre talentos que têm dado as caras no nos últimos tempos. Retomando as atividades após o Carnaval, vamos à décima edição:

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LUVBUGS (RJ)

Parte da onda crescente de duos de rock que tem sido popularizada na última década e que já rendeu outras citações nesta série, o LuvBugs é um exemplar lo-fi que mistura crueza e sensibilidade de forma surpreendente, conseguindo conferir autenticidade a uma fórmula batida e conquistar o ouvinte por conta de sua sinceridade.


Formado pelo casal Paloma Vasconcellos e Rodrigo Pastore, o projeto mostra sua força na forma com que equilibra um instrumental bruto e uma sonoridade ríspida com letras dotadas de um romantismo inequívoco e de uma doçura cativante. Com um EP epônimo e três discos (Coração Vermelho, Enxaqueca e Dias em Lo-Fi) no currículo, a dupla carioca chama a atenção por sua proposta simples e inusitadamente charmosa. Vale a pena conferir.



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HOLGER (SP)

Não é segredo que, ao longo das últimas duas décadas, inúmeros grupos nacionais de Indie Rock tentaram, de diferentes maneiras, acrescentar “brasilidade” (as aspas se dão pela relatividade do conceito) ao seu som com graus variados de sucesso. E, se este nó górdio está longe de ser desatado (se é que isso é possível), ao menos é seguro dizer que o quinteto paulistano Holger chega próximo de fazê-lo.


Montando um quebra-cabeças elegante que engloba a estética indie, recursos eletrônicos e ritmos caracteristicamente brazucas, o grupo surpreende pela forma despojada e inteligente com que concilia estes dois universos musicais aparentemente díspares. Com um currículo que inclui um EP (Green Valley) e dois discos (Sunga e Ilhabela), o Holger tem gradativamente crescido em reconhecimento de público e mídia, realizando turnês nacionais (tocando em festivais como Planeta Terra e Lollapalooza Brasil) e internacionais (EUA e Canadá). Indicado para todos aqueles que se interessam por misturas musicais inusitadas e para todos aqueles que querem ouvir um indie com uma boa dose de suingue.



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THE OUTS (RJ)

Parte da onda de bandas de Rock Psicodélico que despontaram no Brasil nos anos 2010 (ou Neo-Neo-Psicodelia, como alguns apontam) e que se mostra povoada por conjuntos que investem na emulação disfarçada, o trio The Outs também pode ser considerado um de seus exemplares mais resolutos e deliberadamente referencistas.


Trazendo uma sonoridade fortemente ancorada no Britrock e um currículo competente que conta com dois EPs ( Spiral Dreams e Marmalade Land) e dois álbuns (Percipere e Enquanto o Futuro Não Vem), o grupo carioca atrai pela maneira franca com que emprega suas influências (Beatles, Oasis, Stone Roses, etc.) para realizar suas próprias experimentações no intuito de desenvolver uma identidade a partir de uma base familiar. Recomendado para todos que desejam ouvir um rock honesto, bem-feito e dotado de uma bem-vinda familiaridade.



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KALOUV (PE)

Grupos instrumentais que superam a árdua tarefa de desenvolver uma sonoridade atraente e distintiva acabam se tornando surpresas dignas de nota por definição, como ocorre com o quinteto Kalouv. Formado em 2010, o grupo pernambucano se destaca automaticamente ao abraçar sua versatilidade e não abraçar linhas estilísticas pré-determinadas, construindo uma sonoridade altamente versátil que consegue retratar com habilidade seu senso poético e sua sensibilidade sem depender de vocais.


Mesclando fortes pinceladas de Rock, Jazz e experimentalismo, o Kalouv tem três ótimos discos no currículo (Sky Swimmer, Pluvero e Elã) e passagens em festivais como o Rock Cordel e Festival Mundo. Inventivo, dinâmico e extremamente energético, o Kalouv é um conjunto maduro e dono de um trabalho denso e multifacetado que serve como um ótimo convite tanto para os iniciados quanto não-iniciados na música instrumental.



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THE MUDDY BROTHERS (ES)

Inicialmente concebido como um passion project dos irmãos Will e Renato Just mais João Lucas a partir do término de outro projeto musical, o grupo The Muddy Brothers acabou se tornando um dos exemplos mais curiosos e interessantes de iniciativas que acabam tomando seus circuitos de assalto por conta da qualidade de sua sonoridade e da genuína incorporação de uma mentalidade calcada na reverência absoluta de suas influências.

Dono de uma sonoridade que mistura Blues Rock, Psicodelia e Heavy Metal por meio de guitarras rasgadas, riffs pegajosos, grooves pulsantes e do vocal titânico de João Lucas, o grupo capixaba teve uma curta trajetória marcada por uma apresentação notável no Planeta Terra, passagens pontuais pela cena musical do Sudeste e o lançamento de três registros (Handmade, Seasick EP e Facing the Sky (Backwards)) que se revelam brutos e contundentes em medidas equivalentes.


Com uma verve aparentemente inesgotável e uma paixão incontestável pelo universo musical que lhe serve de inspiração, o Muddy Brothers figura como uma legítima (e rara) banda de Classic Rock a despontar nos anos 2010 que merece ser escutada com entusiasmo. Obrigatória.



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Dúvidas? Questionamentos? Recomendações? Participe enviando um email para roadtocydonia@gmail.com e fique de olho nas próximas postagens. Até a próxima edição.

Guilherme Guio
Guilherme Guio
Publicitário por formação, especialista em Comunicação Corporativa e Inteligência de Mercado, é o editor e redator principal do RTC. Atuando como consultor de Marketing Cultural, resolveu dar vazão aos seus arroubos verborrágicos através deste projeto. Também é tabagista compulsivo, cinéfilo inveterado, adepto de audiófilo e dançarino amador vergonhoso nas horas vagas.

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