Misturando estilos e sonoridades, a lista tem como intuito a difusão de tais grupos de forma econômica e direta, assim como incentivar a troca de informações sobre talentos que têm dado as caras no nos últimos tempos. Sem mais delongas, vamos à segunda edição:
Falando de forma curta e grossa: Deb and the Mentals é um grupo de Punk Rock que se apresenta como tal, soa como tal e entrega exatamente o que promete: um bombardeio sonoro visceral e tão grosseiro quanto esta apresentação. Com um EP e um disco no currículo (respectivamente, Feel The Mantra e o competente Mess), o quarteto paulista é bem-sucedido ao ancorar sua sonoridade nas bases de seu estilo sem qualquer tipo de reserva, deixando o pau quebrar por meio de um instrumental ágil, dum senso constante de crueza e da presença explosiva da vocalista Deb Babilônia.
Eficiente e empolgante em sua execução, o grupo merece crédito pela forma com que não tenta reinventar a roda, alcançando bons resultados ao se manterem leais à simplicidade de sua proposta e potentes em sua entrega energética. Recomendado para todos aqueles que desejam exemplos de como que fazer o elementar com competência e dedicação é, por vezes, mais que suficiente.
Poucos grupos têm a habilidade de imediatamente zoar com a cabeça do ouvinte ao mesmo tempo em que passam uma mensagem clara e marcante como acontece com este Travelling Wave. Fundado em meados de 2013, o quarteto paulista realiza uma costura audaciosa e instigante de Shoegaze, Psych, Noise, Synth Rock e Post-Punk numa mistura que poderia facilmente descambar para o caos absoluto mas acaba surpreendendo por soar carregada e desnorteante ao mesmo passo em que se mantém altamente coesa e devidamente característica.
Com uma trajetória prolífica que, até então, rendeu dois álbuns, um EP (o excelente Simoom) e um apanhado substancial de singles, o grupo surge como um dos exemplares mais contundentes a surgirem no circuito underground nos últimos anos. Dotados de dois grandes trunfos na caracterização sombria da sua sonoridade e na voz marcante de Carol Alleoni, Travelling Wave é uma indicação direcionada para aqueles que desejam conhecer um projeto que mescla densidade, potência e uma sensibilidade bem particular num mesmo pacote.
Outro grupo que tem despontado recentemente no circuito independente, o quinteto The Shorts tem ganhado espaço e renome por conta de sua mistura soturna de Post-Punk, Shoegaze e Noise, a qual forma um quebra-cabeça sonoro cuidadoso que soa visceral e melancólico em doses equivalentes (nomeado como Bluenoise pelos próprios). Alçado à condição de promessa indie, o grupo curitibano gradativamente vem se desvencilhando de amarras estilísticas e rumado para o desenvolvimento de uma sonoridade que, embora ancorada em símbolos característicos, revela nuances surpreendentes e um senso de expressão insuspeito.
Munido de dois notáveis cartões de visitas (o EP Serendipity e o LP Dawn) e um currículo crescente de apresentações marcadas por um clima imersivo e dinâmica pulsante, o The Shorts caminha com segurança e pleno potencial para se tornar um nome bem expressivo do rock alternativo nacional. Fortemente recomendado para aqueles que desejam ouvir uma espécie de fusão entre Siouxie and the Banshees e Warpaint com pinceladas de Sonic Youth (ou algo bem próximo disso).
Se houvesse uma forma de medir o nível de fúria visto no som do The Biggs, certamente o resultado seria equivalente ao de um Berserker. Formado em 1996, o trio sorocabano é um dos exemplos mais notórios de bandas brasileiras surgidas no contexto do Riot Grrrl e do Pós-Punk, revelando tanto uma força inquestionável (sonora e ideológica) quanto uma indiscutível resistência ao tempo.
Dono duma sonoridade potente que impressiona pelo misto de agilidade com agressividade e um currículo que inclui um EP (I’ll Walk You Up!) e dois discos (Wishful Thinking e o excelente The Roll Call), o grupo merece figurar como uma dos exemplares mais contundentes a passar pelo Cydonia, sendo uma indicação crucial por conta da força tanto do seu ethos quanto do seu som.
Discutivelmente um dos grupos nacionais de maior evidência da atualidade, o Far From Alaska aparentemente nasceu para ser referência. Fundado em 2012, o quarteto natalense teve sua curta história marcada logo de início por uma participação marcante no Planeta Terra 2012 (que gerou amplos elogios, incluindo a apreciação imediata da icônica Shirley Manson), a qual foi seguida por uma ascensão meteórica com direito a passagens por palcos cultuados como Lollapalooza Brasil, SXSW e Download Festival, vindo a consolidá-lo como um dos maiores e mais promissores exemplares do gênero no país.
E não é pra menos: Com uma sonoridade que mistura Stoner, Electro e Experimentalismo numa combinação que soa como uma mescla altamente acertada de QOTSA, Warpaint e The Mars Volta, o grupo cria um rock ancorado em riffs marcantes, grooves contagiantes, arranjos pulsantes e no vocal bombástico de Emmily Barreto. Tendo um EP (Stereochrome) e dois discos apoteóticos (modeHuman e Unlikely) no currículo, o FFA pode ser visto como um dos raríssimos casos de bandas cujo sucesso imediato denota não uma onda passageira, mas a promessa de uma frutífera e duradoura carreira que vem rumando para configurar um dos maiores candidatos a ícone do rock nacional para futuras gerações.
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