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5 BANDAS / ARTISTAS #3

 

A série 5 Bandas/Artistas é uma forma de apresentar ao público alguns grupos nacionais que foram considerados dignos de nota pela edição do Road To Cydonia.

Misturando estilos e sonoridades, a lista tem como intuito a difusão de tais grupos de forma econômica e direta, assim como incentivar a troca de informações sobre talentos que têm dado as caras no nos últimos tempos. Sem mais delongas, vamos à terceira edição:

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CHEDDARS (RJ)

Realizando um grande pastiche de estilos e arranjos numa mistura que forma “cenas sonoras” baseadas em obras cinematográficas, o Cheddars é aquele tipo de projeto que demonstra valor e inventividade a partir de elementos facilmente identificáveis e de uma abordagem agradavelmente discreta. Revelando uma sonoridade intensa e elegante, o duo formado por Bruno Costa e pela onipresente Larissa Conforto emprega diversas influências, referências e músicos convidados para desenvolver um trabalho permeado pelo bom-gosto e pela diversidade.


Tendo apenas um EP de estreia disponível (This Is a Robbery), o Cheddars tem cruzado um longo período de latência, mas merece figurar desde já como um dos exemplares mais notáveis de projetos despretensiosos que acabam rendendo frutos admiravelmente coesos. Vale a pena conferir.



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DEF (RJ)

É sempre bom quando um grupo consegue deixar uma forte impressão com muito pouco, como ocorre com este Def. Munido de uma sonoridade híbrida e de composição improvável (imagine uma mistura calculada de Post-Rock, Indie, Math e Noise), conceito claro e um EP arrebatador (Sobre os Prédios Que Derrubei Tentando Salvar o Dia (Parte 1)), o quarteto carioca realiza um trabalho versátil que impressiona pela forma com que concilia beleza e agressividade na concepção de paisagens caóticas, mas incrivelmente intimistas.


Com uma abordagem “fora da caixa” que se aproxima àquela da ótima Jennifer Lo-Fi e trazendo uma revelação na forma da vocalista-guitarrista Deb F., o Def não é apenas uma indicação para fãs órfãos de projetos de Post-Rock dotados de um espírito noventista, mas também um dos exemplares nacionais do gênero mais promissores vistos nos anos 2010.



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SARA NÃO TEM NOME (MG)

Evidenciada por conta da sua caracterização idiossincrática, seus movimentos na ciberesfera e de seu caráter multidisciplinar, a mineira Sara (não tem nome) vem traçando um caminho persistente e de passadas largas para se consolidar como uma das figuras mais intrigantes do atual circuito independente nacional.


Dona de uma sonoridade ancorada no Folk, no Rock e no Slowcore, a musicista e artista visual impressiona pela mistura de cinismo, profundidade e visceralidade que imprime em suas composições e apresentações (imagine uma amálgama de Karen Dalton e Beck com o desequilíbrio de Daniel Johnston e o visual expressivo de Matthew Barney) e que forma um contraponto eficaz à sua figura jovial e voz suave. Com uma trajetória marcada por uma rápida ascensão no meio indie e por um elogiado disco de estreia (Ômega III), Sara surge como uma boa recomendação para todos aqueles que desejam conhecer um som introspectivo, soturno e de dotado duma exuberância bem particular.



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FERNANDO ZORZAL (ES)

Membro da fascinante onda de artistas independentes que tem crescido no Espírito Santo ao longo dos últimos anos, Fernando Zorzal é também um de seus exemplares mais peculiares: ancorado na voz e no violão, o cantor e compositor capixaba é dono de um trabalho elaborado e multifacetado que se revela complexo e acessível ao mesmo passo em que se dissocia de amarras estilísticas (a caracterização mais próxima seria Tropical Folk) e se distancia com afinco das convenções da dita “Nova MPB”.


Com um currículo marcado por dois ótimos registros (um EP epônimo e o disco Cidade Alta), o músico merece ser conferido pela forma singular com que mescla dinamismo, técnica, um lirismo invejável e um bem-vindo senso de tradição para desenvolver uma sonoridade genuinamente especial.



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ANDRÉ PRANDO (ES)

Um dos nomes mais magnéticos e evidentes a saírem da cena independente capixaba nos últimos tempos, André Prando é um artista altamente peculiar que tem sido (merecidamente) reconhecido por conta de seu caráter irreverente, verve explosiva e da qualidade de sua musicalidade expansiva. Autor de uma sonoridade de influências extremamente díspares (de Frusciante a Belchior e além) que costura Garage Rock, Psicodelia e Folk num pacote marcado por arranjos enxutos e um vocal extremamente poderoso, Prando tem sua curta trajetória marcada por uma rápida ascensão na cena regional e pela promessa de vôos cada vez mais altos.

Trazendo na bagagem dois ótimos registros (o EP Vão e os ótimo Estranho Sutil e Voador) e gradativamente construindo um currículo crescente de apresentações nacionais (como o Psicodalia Festival), Prando se diferencia substancialmente de inúmeros outros exemplares do gênero por conta de sua autenticidade, entrega absoluta e energia contagiante. Altamente recomendado para todos aqueles que desejam conhecer um artista incorporado e mais um ótimo exemplo do que tem sido feito de melhor no Espírito Santo hoje em dia.



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Guilherme Guio
Guilherme Guio
Publicitário por formação, especialista em Comunicação Corporativa e Inteligência de Mercado, é o editor e redator principal do RTC. Atuando como consultor de Marketing Cultural, resolveu dar vazão aos seus arroubos verborrágicos através deste projeto. Também é tabagista compulsivo, cinéfilo inveterado, adepto de audiófilo e dançarino amador vergonhoso nas horas vagas.

1 Comentário

  1. […] registradas em vídeo e um contundente disco de estreia (o intenso Ômega III), a multidisciplinar Sara Não Tem Nome já dava sinais insuspeitos de autenticidade pela mistura altamente idiossincrática de ambição […]

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