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5 DISCOS #1

 

A série 5 DISCOS é uma forma de apresentar ao público alguns álbuns e compactos que foram considerados dignos de nota pela edição do Road To Cydonia.

Misturando estilos e sonoridades, a lista tem como intuito a difusão de tais trabalhos de forma econômica e direta, assim como incentivar a troca de informações sobre lançamentos que têm dado as caras no nos últimos tempos. Retomando a série neste relançamento do RTC, vamos à primeira edição:

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ADULTS ARE THE YOUNG WHO FAILED EP (Capona, 2015)

Sendo breve na descrição: Este compacto de estreia do Capona é um trabalho bruto, enxuto e inegavelmente apaixonado. Trazendo cinco faixas que revelam de forma abrangente a sonoridade noventista do trio alagoano (imagine um cruzamento entre Pixies, Radiohead da era Pablo Honey e Smashing Pumpkins da era Gish), Adults Are The Young Who Failed imediatamente chama a atenção por conta de seu caráter minimalista, de sua energia visceral (vide John Hughes e Papaia Com Cassis) e da performance reveladora do guitarrista e vocalista Marcos Cajueiro (vide Because I Sleep).

Um pescotapa coeso e direto que intensifica a percepção da força do rock nordestino e figura como um compacto admirável em seu caráter parrudo.



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TRANSE SÓ (Hierofante Púrpura, 2011)

Disco de estreia daquela que é, possivelmente, a banda mais estranha a cruzar o caminho do RTC, esse trabalho de estreia se revela tão peculiar quanto seus autores: Trazendo toda a psicodelia (ou esquizofrenia) e o experimentalismo característico do Hierofante, o disco é uma intensa mistura de texturas, melodias inusitadas, inserções improvisadas e efeitos que se encaixam com a precisão dissonante de um quadro cubista ao longo de suas 12 faixas.



Composto por passagens que transitam entre o contemplativo (Areia no Olho Alheio), o energético (Amor te Quero e Casa) e o catártico (a furiosa Não Conte a Ninguém ou Mato Você e a belíssima Discutindo), Transe Só é um álbum magnético que merece créditos por seu caráter idiossincrático que pode não agradar a todos, mas jamais deixa de instigar o ouvinte.



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ACÚSTICO APERIPÊ EP (The Baggios, 2012)

Projeto discreto do duo sergipano The Baggios, esse Acústico Aperipê é o trabalho intermediário da dupla após seu ótimo disco de estreia e anterior ao excepcional Sina. Trazendo a dupla roqueira em uma roupagem mais natural e comedida, o compacto traz sete de suas composições em novas versões que reforçam o espírito “raizeiro” de seus autores (vide Pisa Macio, Hard Times e Meu Relógio Não Merece Atenção) e ainda os tiram um pouco do plano agressivo das baterias frenéticas e guitarras distorcidas (ainda que estas últimas se manifestem na divertida Pegando Punga).



Curto, animado e dinâmico, esse EP pode ser considerado por alguns como um trabalho menor, mas serve para reiterar a qualidade e o potencial daquele que é um dos melhores grupos de rock em atividade no Brasil.



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LIFE IS A BIG HOLIDAY FOR US (Black Drawing Chalks, 2009)

Trabalho que deveria ser descobertos pelas paradas mainstream há muito tempo, este segundo (e excelente) disco do Black Drawing Chalks é o tipo de álbum que muita gente conhece, mas não ouviu por completo. Responsável por alavancar a carreira do quarteto goianiense (em grande parte, por conta do hit My Favorite Way), LBHFU é um disco agressivo e energético que indiscutivelmente figura como um dos melhores trabalhos de Stoner Rock já feitos no país.



Trazendo uma sequência frenética de canções permeadas por riffs marcantes e um festival de dinâmica que permeia suas 11 faixas e pouco menos de 40 minutos, este trabalho é uma demonstração de força assombrosa e extremamente divertida (vide My Radio, Finding Another Road e Don’t Take My Beer) que merece ser ostensivamente escutado e amplamente divulgado.

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PRIMAL SWAG (INKY, 2014)

Exemplar do seleto grupo de discos de Electro Rock que fogem dos chavões do gênero e demonstram uma autenticidade insuspeita no processo, o primeiro álbum do quarteto paulista INKY pode ser definido como uma impiedosa voadora nos ouvidos. Trazendo dez faixas formadas a partir de uma mescla de Post-Rock, Eletrônico e Stoner (imagine uma fusão bem agressiva de Massive Attack e Chemical Brothers), o LP é bem-sucedido em seu propósito de apresentar a extensão e a força da sonoridade de seus autores através duma costura que equilibra timbres, grooves e climas de forma admirável (vide o contraste entre a viajandona Coincide e a ensandecida Baby, Reptile).



Com tracks que ficam no meio-termo entre a esquizofrenia e o frenesi puro (Fish Delay, Massive e Ice-O-Lator), uma gama extensa de texturas interessantes e o vocal magnético de Luiza Pereira (cujo trabalho pontualmente remete a Björk, como na excelente Tricky Manners), Primal Swag é uma obra furiosa que pode soar uniforme em audições repetidas, mas tem classe e energia suficientes para render uma experiência intensa e profundamente estimulante. Obrigatório para todos aqueles que não têm medo de ouvir um rock n’ roll fora do padrão.



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Guilherme Guio
Guilherme Guio
Publicitário por formação, especialista em Comunicação Corporativa e Inteligência de Mercado, é o editor e redator principal do RTC. Atuando como consultor de Marketing Cultural, resolveu dar vazão aos seus arroubos verborrágicos através deste projeto. Também é tabagista compulsivo, cinéfilo inveterado, adepto de audiófilo e dançarino amador vergonhoso nas horas vagas.

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