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5 DISCOS #6

 

A série 5 DISCOS é uma forma de apresentar ao público alguns álbuns e compactos que foram considerados dignos de nota pela edição do Road To Cydonia.

Misturando estilos e sonoridades, a lista tem como intuito a difusão de tais trabalhos de forma econômica e direta, assim como incentivar a troca de informações sobre lançamentos que têm dado as caras no nos últimos tempos. Indo diretamente ao ponto, vamos à sexta edição:

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SOUL RIVER (Headless Buddha, 2014)

Um dos discos independentes mais elogiados de 2014, Soul River é fruto da mente criativa de Mauro Sanches (aqui empregando a alcunha de Headless Buddha). Misturando Psicodelia, Lo-Fi, Garage e Space Rock, o artista carioca cria um trabalho intenso que transita entre diferentes paisagens sonoras à mesma medida em que constantemente aponta para uma transcendentalidade e para um movimento catártico ao longo das seis faixas do mezzo-EP.

E a intercalação de passagens contemplativas (Vision, Collide e A Stare Into the Abyss) com outras mais agitadas (Never Get What You Want e Mauro Kart) serve para transformar Soul River em um trabalho dinâmico que constantemente surpreende a cada virada. Recomendado para os fortes que não têm medo de viajar no som.



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AUDAC (Audac, 2014)

Trabalho de estreia do grupo curitibano Audac, esse disco epônimo é uma forte demonstração do diferencial que o grupo de indietronica apresenta diante de uma cena que se revela cada vez mais saturada. Explorando diferentes nuances do gênero ao longo de suas oito faixas e 32 minutos de duração, o disco intercala passagens oníricas mais discretas fortemente ancoradas no Dream e no Synthpop (Distress, The Bow River e Esprit) com instantes energéticos que dialogam com o Electrorock e com a Neopsicodelia ( vide a post-punkesca Dark Side e a ótima Real Painkiller), resultando em um álbum ágil e preciso que foge do supérfluo com elegância.


Trazendo uma salada mista de timbres, efeitos e arranjos minimalistas, Audac é o tipo de trabalho que merece ser ouvido por todos os fãs do gênero, assim como pelos não-iniciados e detratores. Vale a pena.



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INTROPOLOGIA (Medialunas, 2012)

Trabalho seminal que consolidou o Medialunas como um projeto digno da nota, Intropologia é um disco surpreendente. Trazendo as mistura de “Grungegaze” e idiomas (inglês, português e espanhol) que marca o trabalho do grupo, esse primeiro trabalho surge como um álbum legitimamente rocker que frequentemente impressiona a cada mudança de faixa.

Expressando a química existente entre seus membros e o potencial da formação reduzida, o álbum se revela imensamente evocativo através da sonoridade noventista e da exploração de influências. Com uma seleção cuidadosa de faixas marcantes (como Arboles de Navidad, a übergrungesca Slo-Mo Dancer, e as excelentes Chester, Cheese, Onion e Rotten Peaches) e uma verve indiscutível, Intropologia é uma pequena pérola a surgir no cenário independente nessa década e merece ser reconhecido como tal.



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LOST IN THE TROPICS (Lautmusik, 2011)

Primeiro álbum de estúdio da banda gaúcha Lautmusik, Lost in the Tropics é o tipo de trabalho que dá um chute nos seus ouvidos e não larga nem a pau. Mostrando toda a potência e fazendo jus ao nome do grupo porto-alegrense em sua mistura de pós-punk e shoegaze, o álbum traz 11 canções ao longo de quase 40 minutos num verdadeiro bombardeio sonoro que mistura baixos persistentes, guitarras rasgadas e vocais que oscilam entre o etéreo e o furioso.

Contando com uma boa parcela de faixas marcantes (Afraid to Fly, Jellybean e a faixa-título são bons exemplos), LitT surge como o elo perdido entre Siouxie and the Banshees e Joy Division, assim como um disco adequadamente curto e indiscutivelmente magnético que prova todo o potencial do rock que tem sido feito no underground brasileiro



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MESTRO (Hurtmold, 2004)

Trabalho seminal de uma das melhores bandas brasileiras experimentais em atividade, o quarto disco do Hurtmold é uma daquelas obras que merece ser periodicamente discutida e revisitada, sendo recorrentemente considerada seu magnum opus. Trazendo o sexteto paulistano em um de seus melhores momentos, o disco de 2004 suga o ouvinte numa viagem estranhamente contemplativa e profundamente imersiva que trespassa 9 faixas (virtualmente todas instrumentais) e 50 minutos de duração (versão européia)

Mostrando a versatilidade do grupo (vide as magníficas Mestro,Amarelo é Vermelho e Kampala) e seu talento inato para montar um clima etéreo envolvente mesmo com uma sonoridade mais discreta, Mestro traz uma série de momentos particularmente inspirados (Amansa Louco e a icônica Chuva Negra) e se revela incrivelmente eficiente ao criar uma sonoridade que se revela experimental e expansiva, mas nunca desfocada ou exagerada. Disco obrigatório para todos aqueles que se consideram fãs de Música.



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Guilherme Guio
Guilherme Guio
Publicitário por formação, especialista em Comunicação Corporativa e Inteligência de Mercado, é o editor e redator principal do RTC. Atuando como consultor de Marketing Cultural, resolveu dar vazão aos seus arroubos verborrágicos através deste projeto. Também é tabagista compulsivo, cinéfilo inveterado, adepto de audiófilo e dançarino amador vergonhoso nas horas vagas.

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