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DICAS DOS CONVIDADOS #3:
Jackson Pinheiro

A série Dicas dos Convidados é uma forma de apresentar ao público alguns projetos e materiais nacionais que foram considerados dignos de nota por músicos e agentes culturais convidados pelo RTC no intuito de incentivar a troca de informações sobre talentos que tem dado as caras no circuito musical nacional.


Nesta terceira edição da série, temos o prazer de apresentar as dicas do produtor musical e engenheiro de mixagem Jackson Pinheiro, que se tornou uma figura referencial no universo musical capixaba por meio de seu trabalho como contrabaixista junto de projetos como Supercombo (do qual foi integrante desde sua incepção em 2007 até 2012), Aurora Gordon (tendo gravado no disco Aurora Gordon na Ponte da Passagem e tocado como parte da banda base desde 2015), André Prando (no qual atualmente assume o baixo e veio a gravar Voador e o recente Calmas Canções do Apocalipse EP, tendo mixado este último) e SILVA (com o qual gravou o single Noite, que conta com a participação de Lulu Santos e o indicado ao Grammy Latino, Silva canta Marisa, também tendo integrado sua banda de apoio por três turnês).

Com um vasto currículo de colaborações musicais em cima dos palcos e no processo produtivo de registros de inúmeros artistas, Pinheiro recentemente tem focado seus esforços nos trabalhos de estúdio e produção, vindo a colaborar com diversos nomes emergentes da atual onda de artistas capixabas que têm dado as caras nos últimos tempos, como Lua MacLaine (tendo produzido o ótimo Conversa de um Só) e Moreati (banda do fantástico VITU).


Apoiador do Road to Cydonia desde seu surgimento e um colaborador ativo na descoberta de novas sonoridades por parte de nossa editoria, Jackson graciosamente aceitou nosso convite para fazer uma lista de recomendações de discos que considera especiais. Confira abaixo:

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SAL GROSSO (Supercombo, 2011)

"Minha relação com o Supercombo sempre foi de muito amor, e continua sendo hoje, na qual sou apenas um fã e amigo da banda que procura sempre acompanhar os lançamentos e saber tudo o que está acontecendo. Sendo assim, minha primeira recomendação nessa lista é o Sal Grosso, de 2011. É o segundo álbum de estúdio da banda, foi produzido e mixado pelo Léo Ramos e masterizado pelo Ted Jensen, do Sterling Sound. Esse disco rodou bastante, teve uma aceitação muito boa e recentemente ganhou a enquete de Melhor Disco da Década no SuperLiveNerd Rock, do Omelete.


É um trabalho do qual eu tenho muito orgulho e várias das minhas músicas favoritas estão ali, como Vê Se Não Morre e Saco Cheio, entre tantas outras. Memória afetiva e valor pra minha formação musical e pessoal à parte, eu acho que é uma boa dica pra quem quer conhecer o Supercombo e ouvir um som que é muito emblemático do que estava rolando naquela época."

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REFLITA-SE (R.Sigma, 2009)

"A minha segunda recomendação é uma banda carioca da qual eu gosto MUITO chamada R.Sigma. É uma banda que foi formada em 2004, encerrada em 2011, teve uma reunião em 2017 e até hoje é super influente. Nós nos conhecemos por meio da internet e acabamos virando amigos, tanto que ficavam na nossa casa sempre que iam a São Paulo para tocar. Chegaram a gravar algumas coisas com o Léo (Ramos) no estúdio da casa e uma coisa que eu sempre achava incrível era tanto o processo colaborativo dos caras quanto a performance ao vivo. Eles eram um modelo pra mim.


Em particular, eu queria recomendar um disco chamado Reflita-se, de 2009, que eu acho um trabalho maravilhoso, cheio de poesias incríveis e músicas fantásticas, como Artificial e Furacão. É uma inspiração que mostra como que foi o início de caras que estão bombando atualmente, como o Lucas Castello Branco, o Diogo Strausz e o Tomás Tróia, que é um parceiraço até hoje. Pra mim, é uma indicação obrigatória."

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HORA DOURADA (A Transe, 2019)

"A minha dica seguinte é o Hora Dourada, primeiro disco d'A Transe. Pra mim, esse foi um dos melhores discos do ano passado e um trabalho impressionante. A poesia que tem nesse disco, a interpretação da Carla Francesca e do Fernando Zorzal, eu não tenho nem o que falar. É um trabalho de muita verdade emocional feito por dois parceiros de vida, e eu acho que isso fica muito claro.


Além disso, o disco também foi feito por um time da pesada. Tanto a produção da Gabriela Deptulski (My Magical Glowing Lens) quanto os arranjos do Henrique Paoli (que, pra mim, é o cara do momento) e a mixagem do Alexandre Barcelos ficaram incríveis. Tendo gostado muito de todas as músicas, fica até difícil pontuar, mas a faixa-título e Me Erre foram duas que me chamaram muito a atenção. É um disco lindo e eu acho que esses companheiros incríveis acertaram em cheio ao assumir esse formato e essa estética."
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VOADOR (André Prando, 2018)

"A quarta dica da lista vai ser outro projeto do qual eu tive a sorte de participar, que é o Voador, segundo disco do André Prando. Eu acho que esse é um trabalho maravilhoso pela forma com que ele prende o ouvinte do início ao fim. A primeira faixa, Ode à Nudez, já abre com uma porrada que agarra e não solta. Daí pra frente, vem uma sequência de faixas maravilhosas que vão alternando sem deixar a energia cair, mesmo sendo super diferentes entre si, de Em Chamas no Chão (que tem a participação da Duda Brack) até O Mundo Com Tudo Que Há.


A parceria do (Henrique) Paoli com o JR Tostoi na produção foi super acertada, assim como os arranjos, a mix do Tostoi e toda a concepção do disco. Eu acho que é um coice. Esse é outro trabalho do qual eu me orgulho muito e, pra mim, é o melhor disco do Prando até então. Tem sido um prazer poder tocar esse disco ao vivo."

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PARADOR NEPTUNIA (TAMY, 2017)

"Pra finalizar, minha última dica é o Parador Neptunia, duma artista fantástica com a qual eu tenho uma amizade muito grande, que é a TAMY. O disco foi produzido pelo Rodolfo Simor e mixado pelo Mário Caldato Jr. e, pra mim, ele é um trabalho maravilhoso do início ao fim. Ele foi feito num momento no qual a Tamy ainda morava em Montevidéu e estava entre dois mundos musicais, e isso reflete bem com as faixas sendo metade em português e metade em espanhol e pela forma com que ela conseguiu misturar a vibe popesca dela com o candombe e toda aquela onda da música tradicional uruguaia.


Eu tive a chance de tocar esse disco com Tamy, Simor e Gabriel Ruy, e algumas das minhas músicas favoritas dele são Pra Ti Vê, Te Parece e Ayer Te Vi, que é a música dum gigante da música uruguaia chamado Ruben Rada, com quem nós tivemos o privilégio de tocar. É um trabalho muito rico e muito versátil que eu acho uma boa indicação pra encerrar."

 

Dúvidas? Questionamentos? Recomendações? Participe enviando um email para roadtocydonia@gmail.com e fique de olho nas próximas postagens. Até a próxima edição.

Guilherme Guio
Guilherme Guio
Publicitário por formação, especialista em Comunicação Corporativa e Inteligência de Mercado, é o editor e redator principal do RTC. Atuando como consultor de Marketing Cultural, resolveu dar vazão aos seus arroubos verborrágicos através deste projeto. Também é tabagista compulsivo, cinéfilo inveterado, adepto de audiófilo e dançarino amador vergonhoso nas horas vagas.

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