DICA RTC #3: Clipe PETER BANANA (Aurora Gordon, 2018)
Com o lançamento de seu primeiro videoclipe, o projeto AURORA GORDON ilustra sua proposta de redescoberta do universo contracultural capixaba dos anos 60 e 70 e expande seu escopo com um trabalho dinâmico, inventivo e irreverente.
Primeiro trabalho do gênero realizado para o projeto Aurora Gordon, o clipe Peter Banana representa tanto uma abertura de escopo para a iniciativa multidisciplinar quanto um dos registros audiovisuais mais interessantes a saírem do Espírito Santo recentemente. Dirigido pelo cachoeirense Diego Scarparo (dos curtas Este é o seu Corpo e A Mesa no Deserto) e realizado junto da produtora GLOBAL VILLAGE Creative + Executive, o clipe apresenta o personagem-título e seu fiel escudeiro, Gunga Boy, numa jornada errante para cooptar transeuntes que são imediatamente transformados por suas bananas. O resultado é uma viagem lisérgica que se torna cada vez mais surreal e pode ser descrita como uma mistura bem peculiar de O Grande Lebowski e Being for the Benefit of Mr. Kite! (do filme Across the Universe).
Repleto de simbolismos e referências ao universo simbólico enfocado no projeto central, o clipe se destaca pela forma com que equilibra seu forte senso estético (o qual remete a uma junção improvável entre a paleta forte de Guillermo Del Toro e a textura granulada de Grindhouse) com uma edição sincopada que se mostra fortemente calcada no remix groovesco da faixa realizado pelo produtor e multi-instrumentista Léo Grijó. Trazendo uma fluidez que é contrastada por passagens que surpreendem pelo absurdo (duas palavras: demônio e zepelim), o clipe ainda representa um ótimo feito técnico, empregando ostensivamente chroma keys e efeitos visuais para dar senso de escala e viabilizar seu roteiro imaginativo mesmo com um orçamento bem modesto.
Curto, ágil e permeado por um senso de canalhice bem-humorada, Peter Banana consegue cumprir sua missão tríplice de retratar o espírito transgressor da contracultura capixaba, apresentar algo novo ao público dentro do contexto do projeto e se sustentar como uma obra autossuficiente, merecendo ser visto e revisto por isso. Para conhecer mais sobre o Aurora Gordon e a produtora GVCE, clique nos botões abaixo. Para assistir ao clipe, basta clicar no player abaixo:
